domingo, 7 de setembro de 2008

Era Uma Vez... de Breno Silveira

Romeu e Julieta no morro...
Ontem eu fui assistir ao belíssimo filme Era Uma Vez..., de Breno Silveira (2 Filhos de Francisco). A fotografia é lindíssima, o enredo é nada mais do que uma competente releitura do clássico de Shakespeare, a interpretação não deixa nada a desejar (com um destaque para o Thiago Martins), a trilha sonora é excelente e a direção é em parte boa, mas com alguns defeitos que poderiam ser evitados.
O filme aparentemente conta apenas a história romântica do casal, mas existem dois enredos paralelos se desenvolvendo ao mesmo tempo durante o filme. O principal é a história de amor entre Dé, interpretado pelo talentoso Thiago Martins (Belíssima), e Nina, interpretada por Vitória Frate (Alta Estação). O secundário é o história dos irmãos Dé e Carlão, interpretado por Rocco Pitanga (Caminhos do Coração).
Dé e Carlão são dois irmãos com uma considerável diferença de idade, que moram na favela do Cantagalo, em Ipanema. Quando Dé era pequeno, ele ajudava seu irmão a vender cachorro quente, mas uns meninos da favela roubavam seu dinheiro as vezes. Até que Dé fica com raiva, pega um revolver de um velho e resolve matar um desses meninos, o líder. Mas Dé é um menino ético e honesto e não consegue. Dé carrega o revolver na mochila e um dia durante uma batida a polícia acha a arma e prende Carlão, achando que a arma era dele.
O filme dá um salto no tempo e Dé agora já é um adolescente, trabalhador, que trabalha em um quiosque em Ipanema. No prédio em frente à praia, mora Nina. Dé passa os dias admirando-a até que uma noite Nina termina com seu namorado, e chateada vai se sentar em um banco a beiramar. Um bando de meninos mal-encarados a vem e começam a ir em sua direção para assaltá-la. Dé percebe tudo a tempo e salva Nina, a levando pro seu prédio. A partir dai começa um jogo de conquista, com Dé fazendo se passar por menino rico (as partes mais engraçadas do filme), para conquistar Nina. Mas em determinada hora ele é desmascarado, se magoa e o jogo se inverte: agora é Nina que tentará conquistá-lo. Até que o amor fala mais alto e eles finalmente ficam juntos. Nessa parte o enredo principal estagna por um momento para o enredo secundário poder se desenvolver.
Carlão é libertado da prisão e começa um plano para tomar o morro, ajudado por outros bandidos e pela própria polícia.
O enredo secundário se desenvolve mais um pouco até que os dois enredos se unem de uma maneira surpreendente e decisiva para o encerramento da história.
Ainda que não seja tão aparente, todos os elementos de Romeu e Julieta estão lá, apenas não sempre tão aparentes. Não temos, por exemplo, as duas famílias rivais. O que exerce esse papel no filme são as classes sociais, responsáveis por separá-los. O antagonista continua o mesmo nas duas histórias: o Destino.
Já estou mais do que saturado de novelas/filmes/séries no Rio de Janeiro, mas para este filme ele é mais do que perfeito, pois lá a favela é extremamente perto dos bairros abastados, coisa que não acontece em São Paulo, por exemplo. Isso gera a fala que eu achei a mais linda do filme, quando Nina vai visitar a casa de Dé, e ele mostra a vista do quarto dele para ela, mostrando inclusive o prédio dela. Então Nina diz "Nossa é perto" ao que Dé responde "Eu acho longe".
Quanto à interpretação, devo é claro ressaltar o ótimo trabalho de Thiago Martins, em um papel muito difícil e que exige muito, ele faz um Dé que dificilmente sairá da cabeça de quem assistiu. Vitória Frate não deixa a desejar, ainda que deixe uma sensação que poderia ter entregado mais, e com certeza fica apagada ao lado de Thiago Martins. A interpretação de Rocco Pitanga é muito boa também, fazendo até a gente esquecer os outros papéis que ele já interpretou.

Acabo essa resenha deixando um convite para todos que não assistiram esse bélissimo filme, vale a pena ir ao cinema.

E é claro, vou deixar o download da música mais bonita do filme:
Claudinho e Buchecha - Fico Assim Sem Você

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Ela x Ele na Cidade Sem Fim - Vanessa da Mata


Ela não tem preço
Nem vontade
Ela não tem culpa
Nem falsidade
Ela não sabe me amar
Ela não tem jogo
Nem saudade
Ela não tem fogo
Nem muita idade
Ela não sabe me amar
Ela não saberá

Coisa de amor
De irmão
Que ela insiste e que me dá
Toda vez que eu tento
Ela sofre
Poderia ser medo
Mas como é possível

Mas então seu amor não é meu
Nem eu o seu
Pois então que será minha amada
Amadora?

Ele não tem preço
Nem vontade
Ele não tem culpa
Nem falsidade
Ele não sabe me amar
Ele não tem jogo
Nem saudade
Ele não tem fogo
Nem muita idade
Ele não sabe me amar
Ele não saberá

Mas então seu amor não é meu
Nem eu o seu
Pois então que será meu amado
Amador?

Se eles não têm pose
Nem maldade
Eles não têm culpa
Nessa cidade
Eles não sabem amar
Coisas da vida


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Pois é, agora to viciado em Vanessa da Mata, ela é ótima. Poderia ter postados várias músicas, mas quis postar essa que tem uma letra linda... Enfim, deixo a música falar por si mesma.

Download: Vanessa da Mata - Ela x Ele na Cidade Sem Fim